CENÁRIO ECONÔMICO SOB COMANDO DE LULA III

Há pouco mais de um mês, Lula começou seu terceiro mandato como presidente em situação delicadíssima em diversos fatores. País tem muitos desafios para colocar a economia nos trilhos do desenvolvimento nacional.

Ambiente político no congresso e nas ruas com polarização de lulista e bolsonarista, agravam a situação para se recuperar dos estragos causados pela pandemia, exceto a maior perda de todas e irreparável, as vidas de pessoas queridas que não resistiram ao vírus, infelizmente não tem mais volta.

Versando sobre os rumos da economia do novo governo, os desafios são grandes. Brasil, assim como boa parte do mundo, vai demorar um tempo para se recuperar economicamente com equilíbrio das contas públicas, controle da inflação e crescimento no PIB potencial, ou seja, o máximo sem produzir inflação. Para isso acontecer, a variável investimento deve aumentar sua participação no produto interno bruto, com aumento da produtividade via inovação e tecnologia. Vale lembrar que, inovação é a capacidade de estabelecer novas combinações de processo, material e mão de obra e tecnologia é a aplicação científica desses instrumentos como meio para substituir a ação humana.

Cenário global expressa inflação alta ainda pelos desdobramentos da pandemia, o que impacta em juros alto, e também, pelo conflito de invasão da Rússia na Ucrânia, prestes a completar um ano. Rússia é grande produtora e exportadora de petróleo e gás para Europa, no caso do Brasil, somos um dos grandes importadores de fertilizantes russos para produção de commodities agrícolas. A Ucrânia e Rússia têm significativa participação no comércio mundial de trigo (30%), milho (17%), cevada (32%) e farelo de girassol (50%). Logo, o conflito afeta tanto nos preços de energia e alimentos, espalhando inflação no mundo todo.

EUA enfrentou a maior inflação dos últimos 40 anos no primeiro semestre de 2022, chegou perto de 9%, acumulado em 12 meses no auge com conflito entre Rússia e Ucrânia. No segundo semestre, com elevação da taxa básica de juros na banda de 4,5% a 4,75% ao ano, que não ultrapassava os 2,5% desde 2008, ajudou os americanos a fecharem a inflação em 6,5% a.a. Mesmo não sendo o cenário ideal, visto que, está mais de 3 vezes acima da meta de 2% ao ano, mostrou arrefecimento do índice na segunda etapa do ano.

Embora os juros estejam altos, considerando sua série histórica, espera-se que o FED (Banco Central dos EUA), feche 2023 em 5,10% ao ano. Fator que em tese, pode desvalorizar o real frente ao dólar, sabe-se que, o mercado prefere receber juros, mesmo que menor, em dólar americano do que em real, devido seu risco de desvalorização. Outro ponto que pode puxar para baixo a cotação real por dólar é o crescimento mais modesto da economia chinesa, que vem passando por dificuldades e restrições com a explosão de casos do novo coronavírus no país após sua reabertura depois de quase 2 anos de isolamento. Sendo este o maior parceiro comercial do Brasil, esta situação pode diminuir o volume de exportação piorando o saldo da balança comercial (exportação menos importação).

Em contrapartida, o primeiro discurso internacional da cúpula do governo Lula em janeiro no Fórum Econômico Global de Davos, agradou países europeus e EUA, com a fala do Ministro da Fazenda Fernando Haddad sobre buscar equilíbrio das contas públicas, reforma tributária dando ênfase na tributação sobre a renda e menos no consumo, e reindustrialização voltada para a sustentabilidade ambiental. Neste mesmo sentido, as palavras da Ministra do Meio Ambiente Marina Silva reforçou que o desenvolvimento econômico deve, obrigatoriamente, respeitar os limites ambientais, para não ficar restrito ao fracasso. Além disso, falou sobre a preservação da floresta amazônica e busca por recursos financeiros para o Brasil, reativando o Fundo Amazônia com participação de Alemanha, que já injetou 1 bilhão de reais e Noruega.

Neste ambiente tão adverso, espera-se que a taxa de juros SELIC, comece a cair apenas no final do primeiro semestre, com risco da queda ser prorrogada, caso o fim do limite do ICMS sobre os combustíveis rompa o ciclo de queda da inflação.

Até agora a primeira medida do governo mais enfática para a economia, foi cumprir a promessa de manter o bolsa família de R$ 600,00 e acrescentar mais R$ 150,00 por filho, aprovada pela PEC de transição. Já o aumento real do salário mínimo para alguns trabalhadores e aposentados não saiu das promessas de campanha e produzirá fome se não houver controle na inflação dos alimentos.

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