Protagonismo internacional do Brasil
Pela primeira vez na história o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) é presidido por um brasileiro. Em 20 de novembro de 2022, Ilan Goldfajn foi anunciado como o próximo presidente do BID, posição que assumiu em 19 de dezembro de 2022.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento é uma instituição financeira internacional com sede na cidade de Washington, EUA, fundada em 1959 com o propósito de financiar projetos de desenvolvimento econômico, social e institucional e promover a integração comercial regional na área da América Latina e o Caribe. Entre os atuais desafios de desenvolvimento do banco estão – inclusão social e equidade, produtividade e inovação e integração econômica – e três temas transversais – igualdade de gênero, mudança climática e sustentabilidade do meio ambiente. Tem como prioridade a redução da desigualdade, melhoria dos serviços públicos e eficiência nos gastos das administrações.
Falando sobre o inédito presidente brasileiro no BID, Ilan Goldfajn, 56 anos, graduou-se em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1988. Conquistou o título de doutor em Economia pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), sete anos depois de sua graduação em 1995. Foi indicado pela equipe do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, para assumir o cargo de Presidente do Banco Central, posição que ocupou até fevereiro de 2019. Ficou um ano como Diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental no Fundo Monetário Internacional (FMI) e, após indicação do ex-ministro da economia Paulo Guedes, foi nomeado presidente do BID com 80% dos votos feitos pelos governadores do banco.
Com essa nomeação, o Brasil fortaleceu ainda mais seu protagonismo nas diretrizes de retomada do crescimento econômico da América Latina e Caribe. Não só por ser o maior país da região por extensão territorial e economia, mas também pela maior parte da floresta amazônica estar em nosso território. O presidente junto com a Diretoria Executiva são responsáveis pela aprovação de propostas de empréstimos e garantias, políticas, estratégias de país, orçamento administrativo, taxas de juros, decisões sobre endividamento e outros assuntos financeiros.
O Brasil após passar os ultimos anos como uma preocupação mundial pelos elevados índices de desmatamento através de queimadas, exploração ilegal de madeiras com derrubada da mata nativa na amazônia e terras indígenas, desmontes dos órgãos de fiscalização e preservação do meio ambiente como Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), facilitaram as práticas ilegais de desmatamento sem cessão e punição de seus infratores. Como se isso não bastasse, o ex-ministro do meio ambiente Ricardo Sales, pediu em reunião ministerial do governo, para que os ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro, aproveitassem o momento da pandemia, que tinha a atenção da mídia, para “passar a boiada” na legislação ambiental no sentido de excluir e/ou flexibilizar as restrições previstas em lei para a preservação do nosso patrimônio ambiental. Situação trágica para um órgão do governo tão importante e imprescindível na situação que o mundo vive hoje. Em tempos de seriedade republicana e respeito às instituições públicas, que têm a obrigação de servir o povo na sua existência de forma digna e segura, tal ministro seria exonerado do cargo antes do término da reunião.
Passado o momento de abandono dos órgãos de fiscalização e proteção ao meio ambiente, o país volta ao seu papel fundamental na retomada do crescimento econômico global com alicerce na economia verde, podendo trabalhar em conjunto com o BID, para além da busca do crescimento e desenvolvimento sustentável, diminuir a desigualdade social, a insegurança alimentar, que aumentaram na pandemia, expandir a produção de energia limpa e renovável sendo referência mundial em questão de produção, diversificação e sustentabilidade da matriz energética.
Neste sentido, representantes do BID já têm conversado com autoridades brasileiras, aliás, dois municípios foram premiados e reconhecidos pelo banco, por aplicarem em suas cidades projetos para economia e conscientização no uso de energia. Um foi o uso de energia solar no paço municipal da cidade de Maringá-PR, o outro a troca de um terço da iluminação pública da cidade de Serra Talhada-PE por lâmpadas led, diminuindo o consumo de energia e gasto com manutenção. Exemplos que podem e devem ser aplicados em outras cidades, escolas, hospitais, fóruns, delegacias, universidades, creches e outros prédios de serviços públicos e autarquias.
